Limitação
Não quero limitar-me as lembranças
Já estou me cansando delas
Mas me privo da esperança
Já tranquei minhas portas e minhas janelas
Pior que lembrar também dói
E as lágrimas não querem escorrer
Mas aqui dentro algo corrói
E o coração acelera em bater
Pego-me sempre a pensar
Por que essa eterna dependência
Se antes de você eu também era eu
Depois de você, procuro abstinência
A lágrima dói
A lágrima escorre
A lágrima seca
A lágrima morre
Seria mais fácil se ficassem lá
Tanto lembranças quanto o passado
Mas acha graça em me torturar
E deixar meu bobo coração atormentado
Vou vivendo esse eterno clichê
Fingindo que de você não quero lembrar
Mas na verdade eu nem quero te esquecer
Porque se não nessa, em outra vida vou te amar
Ou então serão somadas
Se o fato do sentimento calcular
Pois o que sinto por ti é imenso
E a cada vida só irá aumentar
Mas somos seres paralelos
Onde sentimentos não serão em vão
Nossa história é eterna
Muito mais intensas que os contos de Platão
Entretanto o destino que um dia nos uniu
Outra data nos separou
Igual a ti outro amor não surgiu
Pois em ti meu amor ficou
Depois de ti aprendi muitas coisas
Ensinamentos de alguém tão distante
Compreendi o poder das melodias
Entendi a magnitude do horizonte
Passei a contar as estrelas no céu
Pode até parecer engraçado
Mas em muitas noites foi minha companhia
Só eu e ele, esse céu estrelado
Não precisei mais decorar os refrãos
Porque passei a entender as melodias
Quando o céu estava nublado
As canções foram minhas companhias
Não entendia como uma canção
Feita por simples compositores
Descrevia tantas histórias
Uma só música, muitos amores
Nessa história estou sendo julgado
Não gostaria de ser juiz, muito menos o réu
E deles fiz minha companhia
Canções, estrelas e céu
Agora sigo nessa eterna fuga
Fugindo de meus pensamentos e clichês
Fugindo das minhas lembranças
Automaticamente fugindo de você
Antigamente o meu maior medo
Era o medo de te perder
Infelizmente hoje em dia
Meu maior medo é encontrar você
Rafael da Silva
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